domingo, 22 de março de 2009

Tenho me vestido de poesia a chamar sua atenção...



(sem menção do autor)
Tenho me vestido de poesia a chamar sua atenção...
tenho dito de minha vida...feito louco que sou...
a chamar sua atenção...
tenho me colocado como alvo...
virado a vida de cabeça prá baixo...
lançado setas de amor...cantado prosa em verso...
tenho me atirado no abismo de mim mesmo
a chamar sua atenção...
nem me conheço mais...
Sou rascunho do que foi um dia...

tenho sonhado contigo...
tentado decifrar o amor...
e descobri algumas coisas...
sou melhor do que eu era...
sou mais amavél hoje...
mais poeta...
mais sensivél...
aprendi a crer nas pessoas...
Tenho me vestido de fantasias...
e falado uma linguagem que as vezes desconheço
Estou hoje ai dentro...não precisa fugir...não tenha medo !
Só tenho vestido roupagens da alma a chamar sua atenção
porque o amor me tornou menos nu...
tudo prá te dizer que te amo...

terça-feira, 17 de março de 2009

Viver não dói


Carlos Drummond de Andrade

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.

O sofrimento é opcional.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Desejo um amor





Rosalva Rela

Desejo um amor bem grande
Apaixonado, apaixonante,
Suave e ardente
Nos momentos de ser...
Voraz e alucinante
Nos momentos de viver...

Desejo um amor bem grande
Que eu possa viver intensamente
Que esteja em minha vida
Sempre presente
Com muito carinho
Para dar
E esteja também
Disposto a receber...

Desejo um amor bem grande
Que entenda este coração
Que hoje ferido,
Necessita de cuidados...
Desejo um amor bem grande
Que entenda meus medos
E os respeite,
Compreenda,
Saiba que existo
Como gente...

Alguém que quer voltar a viver,
Sorrir todos os sorrisos,
Depois de ter chorado todas as lágrimas...

Desejo um amor bem grande
Que queira receber
o amor que guardo no peito
Mas que saiba me amar direito
Já que amor platônico,
Gestos, risinhos irônicos

Eu hoje, não quero mais!!!




sábado, 14 de março de 2009

Ter ou não ter namorado, eis a questão


Artur da Távola

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil.

Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele à gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.

Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.

Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.

Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade.
Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.

Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.

Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.

Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.

Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.

Não tem namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim.

Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.
Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.

domingo, 8 de março de 2009

Nós, mulheres!





Letícia Thompson

Não, não me cabe aqui revelar-nos.
Mesmo por que, às vezes nem nós nos entendemos.

Choramos facilmente, rimos com o coração.
Nem sempre quando dizemos "não" significa que estamos dizendo "não."
Muitas vezes, quais crianças mimadas, só precisamos que insistam um pouquinho...

Descobrimos que um sorriso pode produzir milagres... e uma lágrima também!
Nada mais comovente que uma mulher que chora, um sorriso pode desarmar qualquer homem...

Damos à luz sob uma dor terrível e nos esquecemos imediatamente depois de termos nosso anjinho nos braços.

Corajosas, frágeis e fortes, vamos à luta sem capacete e sem espada. Temos um coração ao lado do cérebro. Não temos músculos, temos garra.

Quando nos oferecemos um presente, não é porque temos a mania compulsiva de gastar, mas porque queremos nos consolar de alguma coisa que falta na nossa vida.
Somos nossos próprios anjos protetores.
Como mulheres, agimos como mães sempre, para os outros e para nós mesmas.

Não buscamos igualdade!
Mesmo se nós pudermos exercer várias profissões, há emoções que correm como turbilhões dentro de nós que jamais poderão ser experimentadas pelo sexo oposto, há a dor e o prazer de oferecer a luz do dia a um anjo!...
Não... jamais haverá igualdade!
Cada um faz sua parte, cada um tem a sua importância, nem menor, nem maior, mas todos somos importantes.

Senhores!!!
Não estamos mais à espera de príncipes encantados montados em cavalos brancos!
Há muito entendemos que esses só existem nos contos de fadas.
O que queremos é simplesmente sermos amadas.
Nada mais, nada menos.
Não nos preocupamos com músculos e caras, queremos simplesmente alguém que possa nos amar.
Parece complicado e, portanto, é tão simples: só precisamos ser amadas!
O resto a gente inventa depois!

Dentro de nós habita uma fadinha romântica que nem os desenganos, nem os casamentos e nem os anos poderão matar.
Talvez seja essa uma das diferenças básicas entre um homem e uma mulher: o duende morre mais rápido, morre depois da conquista...

Nós, mulheres, seremos sempre... jovens, idosas, maduras, imaturas, belas, feias, dengosas, charmosas, mimadas, vaidosas ou não... apaixonadas ou à espera.. mas sempre, sempre, vai pulsar no nosso peito esse coração de mulher.
Coração que ninguém entende... mas que sabe muitas vezes adivinhar a vida!

Parabéns mulher, essa flor é para você, um grande beijo do meu para o seu coração




quarta-feira, 4 de março de 2009