Ana, desconfiada de que seu
marido, Arthur, tinha outra mulher, deu asas à imaginação. Olhava para
ele e já se sentia traída. Cada vez que Arthur chegava atrasado do trabalho por
causa do trânsito complicado, Ana já fantasiava: "Demorou por causa da
outra. Devem ter se encontrado hoje e por isso se atrasou". Quando seu
marido chegava em casa cansado, ela já
agia como se tudo o que tivesse pensado fosse verdade. Então não servia o
jantar, ficava mal-humorada, procurava motivos para reclamar. Ás vezes
seu marido ficava dispersivo, com o pensamento longe, e Ana já pensava consigo
mesma: "Olhe só como está pensativo! Aposto que está pensando
nela...".
A imaginação de Ana foi voando alto, até que um dia resolveu
seguir o marido e pensou: "Vou acabar com o namoro deles de uma vez por
todas".
Esperou-os na saída do trabalho para pegá-los em flagrante.
Arthur saiu, pegou o carro, e Ana o seguiu. Viu quando ele parou na
floricultura e comprou flores. Ana quase teve um ataque! Pensava: "Que
mau-caráter! Gastando com outra!". E ficou tão nervosa que foi para a casa
aos prantos.
Chegando em casa, jogou-se na cama e chorava
compulsivamente. Quando seu marido chegou e foi até o quarto, Ana, sem nem
mesmo olhar para ele, desabafou:
- Eu vi tudo, você comprando flores para ela! Você me traiu, não tem vergonha...
E levantou-se da cama a fim de encará-lo. Para surpresa sua,
ele trazia um buquê de flores nas mãos e, muito chateado, disse:
Ana, hoje é dia do nosso aniversário de casamento, você nem se lembrou?
Muitas vezes nos fixamos tanto em um
pensamento que acabamos fazendo dele uma realidade para nós e agindo como se o
fato fosse real. E sofremos, desesperamo-nos por algo que nem corresponde
à realidade. Às vezes até perdemos momentos bons da nossa vida por criar
situações imaginárias e vivê-las como se fossem reais.
Cuidado! Assim como Ana você pode estar
confundindo a realidade com sua imaginação, o que pode trazer para sua vida e
para a do outro um sofrimento desnecessário